sábado, 29 de maio de 2010

O mal de Asafe

Existe o mal de Alzheimer e o mal de Asafe. Este último ainda não está catalogado como doença, mas tem feito mais vítimas do que o terrível mal de Alzheimer. Enquanto a doença de Alzheimer corrói a mente, vai apagando todas as lembranças e transforma o corpo outrora vibrante num saco de carne e ossos, a doença de Asafe também corrói a mente, vai apagando todas as certezas e transforma a alma outrora vibrante num saco de dúvidas e revolta.

O mal de Alzheimer chama-se assim por causa do médico alemão Alois Alzheimer, que reconheceu e localizou a doença cem anos atrás (1906). O mal de Asafe chama-se assim por causa do seu mais famoso paciente, um tal de Asafe, ministro de música, cuja experiência está num dos cânticos do saltério hebraico. No salmo 73, ele mesmo se queixa da doença, dá o diagnóstico e descreve sua cura.

As vítimas do mal de Asafe são propensas à zombaria, à militância ateísta, à agressão, ao álcool, às drogas, à devassidão, ao suicídio. Não poucos personagens bíblicos padeceram desse grave distúrbio. Há muito mais pacientes da doença de Asafe do que da doença de Alzheimer. Nem todos alcançam a graça da cura, como aconteceu com o próprio Asafe. Um dos casos de “não-cura” mais chocantes é o de um canadense chamado Charles Templeton, curiosamente vítima de ambas as doenças, primeiro a de Asafe, depois a de Alzheimer. Esse senhor de oitenta e tantos anos (se é que ainda está vivo) mora em Toronto, no Canadá. Era um evangelista de mão cheia, amigo íntimo de Billy Graham, mas o mal de Asafe o tornou militante ateu.

Templeton não soube entender a dor, não soube conciliar o sofrimento com a existência de Deus e acabou naufragando na fé. Basta ler o título de um de seus livros: (Adeus a Deus: minhas razões para rejeitar a fé cristã). É com a triste história de Templeton que o americano Lee Strobel, ex-jornalista do Chicago Tribune e ex-ateu, hoje pastor de uma igreja evangélica na Califórnia, começa o seu mais recente livro, Em Defesa da Fé, publicado no Brasil pela Editora Vida.

É preciso tomar mais cuidado com o mal de Asafe do que com o mal de Alzheimer, principalmente em tempos de guerra, por razões óbvias.

Fonte: Ultimato

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