quarta-feira, 20 de maio de 2015

Você vive para trabalhar ou trabalha para viver? Conciliar vida pessoal e profissional não é uma tarefa difícil



A sociedade vive uma corrida contra o relógio. O mercado de trabalho exige profissionais qualificados e disponíveis para todas as necessidades. Por outro lado, a família precisa de atenção e dedicação intensas. Um dia é suficiente para tantas atribuições? Quando o expediente chega ao fim, fica difícil atender aos pedidos das pessoas queridas. Sair para jantar fora? Assistir a um filme? Onde encontrar tempo? Você, certamente, já desejou que o dia tivesse mais de 24 horas.

Muitos profissionais não medem esforços para se dedicar à profissão e gastam tempo demais no emprego. Enquanto isso, os anos passam e os momentos em família tornam-se raros. Trabalhar é uma necessidade. Trabalhar em excesso e, como consequência prejudicar a vida pessoal, é uma escolha.

Será que vale a pena sacrificar a família, a saúde e os interesses pessoais em função da carreira? No início deste ano, o executivo Mohamed El-Erian deixou um cargo importante na companhia internacional de investimentos, a Pimco, por um motivo nobre. Em reportagem publicada no site Worth, ele contou que foi surpreendido por uma lista feita pela filha de 10 anos, na qual ela descrevia 22 fatos marcantes que aconteceram na vida dela e que ele não tinha acompanhado por falta de tempo. Entre os itens, estava o primeiro dia de aula, o primeiro jogo de futebol e recitais.

O executivo contou que sempre havia um desculpa para cada ocasião. Ao ler a carta, se deu conta de que não estava vivendo momentos importantes ao lado da filha. “Foi um sinal de alerta. É um dos principais motivos pelos quais eu decidi fazer uma enorme mudança na vida profissional”, afirmou. Depois de deixar o cargo na Pimco, El-Erian passou a trabalhar meio período e conseguiu dedicar mais tempo à família.

Quantos pais passam por situações semelhantes? Ou, ainda, maridos e mulheres que se dedicam muito ao trabalho e se esquecem de cultivar a convivência em casa?

O autônomo Rogério Rodrigues Belo, de 40 anos, percebeu que sua ausência estava prejudicando a harmonia do lar. Antes de ser tarde demais, ele decidiu mudar. “Eu priorizava o trabalho e deixava minha esposa em último plano. Trabalhava mais de dez horas por dia e chegava tarde, cansado, querendo dormir. Não conversava, não dava a ela a atenção necessária. Percebi que estava tudo indo por água abaixo.”

Sua esposa, Adriana Cristina Belo, de 38 anos, preparava o jantar todas as noites, mas Rogério não se sentava à mesa. Deixava o serviço bem tarde e fazia as refeições fora de casa ou na residência de parentes. “Por causa da falta de tempo dele, eu decidi trabalhar fora, para não perceber tanto sua ausência. Eu não me sentia valorizada. Chega um momento em que você acha que tudo é em vão”, diz ela.

Os dois começaram a se distanciar. Adriana conta que cada um vivia para si mesmo, sem se importar com o outro. “A família não tinha administração financeira. Eu não sabia quanto ele ganhava e ele dizia que o dinheiro era dele e ele podia fazer com ele o que quisesse. Isso também contribuiu para que eu buscasse um emprego, pois precisava ter dinheiro para sobreviver”, declara.

A união estava chegando ao fim. Rogério lembra que foi preciso sentar e conversar muito. Aos poucos, a situação se modificou. “O que eu posso dizer para as pessoas é que não deixem o tempo sugar seu relacionamento. O trabalho acaba, mas a família não. O equilíbrio vem do casal. Se o casal e a família estão bem, todas as outras estruturas ficam bem também.” Hoje, após oito anos de união, Adriana ajuda Rogério no trabalho dele. Eles conseguem passar mais tempo juntos e saem para jantar fora pelo menos uma vez por semana.



“Quantas vezes o pai chega em casa exausto e, quando o filho se aproxima, ele o empurra para alguma atividade? Esse pai não quer um ‘problema’ naquele momento, mas está arranjando um aborrecimento no futuro. Se o pai é ausente, o filho vai suprir essa carência de alguma forma. Vai buscar nos amigos, nos vícios, nas drogas”, alerta o bispo Emerson Carlos de Oliveira, casado há mais de 20 anos e pai de Emerson de Oliveira Júnior, de 16 anos.

Ele conta que a relação com o filho foi construída ao longo dos anos, com muita dedicação. “Quando ele era criança, queria brincar quando eu chegava cansado do trabalho. O meu corpo queria dormir, mas eu sacrificava aquele tempo, eu brincava, conversava com ele. Conquistei a confiança dele e hoje eu sou o seu melhor amigo”, explica.

Emerson ressalta a importância de saber organizar bem o dia. “Mesmo chegando exausto, esse pai precisa investir no filho. Deve conversar, esclarecer dúvidas, estar presente. Nós não podemos deixar o tempo administrar as nossas vidas. Nós é que temos que administrá-lo”, aconselha.

Boa parte dos brasileiros não aproveita os momentos em família como deveriam. Um levantamento feito pelo Grupo Catho investigou a relação dos homens brasileiros com o lado pessoal e profissional e mostrou que 58,3% deles gostariam de passar mais tempo com a esposa e os filhos. Outros 22,8% disseram que sentem falta de participar de momentos importantes. Quando questionados se já deixaram o mercado de trabalho em algum momento para cuidar dos filhos, apenas 16,1% responderam que sim.

Pela pesquisa, já é possível ter uma ideia de que não é fácil ou simples abrir mão da carreira para se dedicar à família em tempo integral. E, ainda que isso fosse possível, não é uma solução ideal para equilibrar o dia a dia de uma forma saudável e satisfatória.

Ter equilíbrio

Não adianta estar 100% realizado no trabalho, se a vida em casa está cheia de problemas. Você já parou para pensar de que é feita uma rotina plena e feliz? Ela é feita de equilíbrio e estabilidade e não estamos falando apenas de condições financeiras. Afinal, não adianta ter dinheiro no bolso e uma saúde debilitada. “Uma vida saudável, abundante e feliz é composta do sucesso de várias partes: saúde física e mental, necessidades materiais supridas, bons relacionamentos, senso de realização e paz de espírito – fruto de um relacionamento com Deus”, explica Renato Cardoso em seu blog www.renatocardoso.com. Isso significa que não é adequado, ou saudável, dar atenção exclusiva a apenas uma área da vida. Se você se dedicar intensamente ao trabalho, a ponto de desconsiderar a importância da família, facilmente enfrentará um desequilíbrio.

Não faça do tempo o seu inimigo número 1. Ele deve ser seu aliado. Depois que ele passa, não volta mais. Então, reconheça a necessidade de organização para que todos os minutos do dia sejam bem aproveitados. Esperar a aposentadoria chegar para se dar conta de que os anos seguiram apressadamente não é a opção mais inteligente. Não deixe a vida passar para compreender que poderia ter trabalhado menos, ter vivido mais momentos próximos à família, cuidado mais da saúde e aproveitado mais a vida. O seu tempo é agora.
Fonte-universal

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